Compulsiva sim, burra jamais!
Filha,feminina,escritora,mulher,amiga, divorciada, atriz, professora de teatro, ariana, curiosa e abusada. Adepta à tristezas e depressões. Gente sempre muito feliz é chato e nada humano.
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Compulsão da Oralidade. Quem não tem?
Compulsiva sim, burra jamais!
A lição do Trabalho
Confessava a minha preguiça. Ela me dizia: preguiça é medo. Medo? Sim. Demorei quase os três anos para entender, que quando você aceita o fluxo da vida, não existe preguiça, quando se vê, já fez, já foi, já realizou. Você já viu uma larajeira fazer força para colocar uma laranja? Preguiça é medo. Essa frase ainda me perturba.
Não sabia que era tão medrosa.Adoro uma preguiça.
Na verdade, eu ainda não tinha entendido a primeira frase do post.
A vida é trabalho.
Dá trabalho se relacionar com mãe, pai, irmão, filho, amigo, chefe, colegas de trabalho, vizinhos, sindico, porteiro, professor, aluno, familiares no geral ( esses para mim ainda são um desafio) seja qualquer ser humano que se encontre pela frente. Dá trabalho ouvir as pessoas, abrir mão de certezas, tolerar alguém.
Dá trabalho cuidar de si, ir ao médico, ao dentista, ao mercado, fazer sua comida, fazer atividade física, lavar a cabeça ( muito cabelo, muito trabalho), cortar unhas, arrumar sua casa, sua cama, suas gavetas, a geladeira, limpar as coisas,dá trabalho desapegar, não acumular tralhas.
Agora o que dá mais trabalho mesmo é se conhecer.
Dá trabalho se descobrir, reconhecer que tem um monte de defeito, tem um monte de comportamento padrão de registro errado, aceitar isso, e procurar o caminho pra mudança. Desfazer maus hábitos dá muito trabalho. É preciso estar presente em si, consciente para fazer diferente o que sempre se fez automaticamente.
Dá trabalho amar.
Dá trabalho ceder.
Dá trabalho escolher.
Dá trabalho ganhar.
Dá trabalho perder.
Dá trabalho pensar.
Dá trabalho perdoar.
Dá trabalho educar.
Dá trabalho acreditar.
Dá trabalho se aceitar.
Dá trabalho se perdoar.
Até fazer sexo dá trabalho. Quem não sai ofegante de uma relação sexual, não sabe o trabalho bom que está perdendo!
A vida é trabalho. Mas quanto eu ganho por isso?
Apenas o oxigênio.Para conseguir dinheiro, tem que arrumar outro trabalho.
Da vida você ganha sorrisos, abraços, amigos, beijos, sabores, cores e flores.
Como se não bastasse a vida ser trabalho, é preciso ter um trabalho. Dá trabalho descobrir qual trabalho me coloca no fluxo da vida e não me dê preguiça, porque preguiça é medo.
Escrever dá trabalho, e eu me canso. Mas não tenho preguiça de fazê -lo.Tenho necessidade, então parece que não é trabalho, mas é.
Tem coisas que só entendo quando escrevo.
Tenho medo. Ter medo dá trabalho, esse eu não gosto.Meu medo vem do que escrevo, dá trabalho me ler.Me reconhecer por escrito.
Depois de assimilar todos esses argumentos e entender que a vida é trabalho, adotei 3 lemas que carrego comigo.
1- Respeitar escolhas, reconhecer limites.
2- Devagar e sempre.
3- Um dia de cada vez.
Hoje estou aprendendo a trabalhar sem muito esforço, aceitar o fluxo da vida, já que minha raiz não está mais tão danificada . Não há controle, tudo tem seu tempo. Lógico que meu trabalho maior é cuidar dela, da minha raiz, para que no tempo certo, eu árvore, dê frutos e assim os sonhos da minha vida se tornem mais possíveis. Leve, serena e mansa, a vida nunca será, não se iluda, porque a vida, é trabalho.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Prontos para o amor?
Amor, sentimento importante. Vital. Esquecido, perdido, mal entendido e confundido com carência, esse sentimento tem seu tempo próprio.
Mas ninguém sem importa e regar, e cuidar para que ele floresça.
Todos querem alguém urgente.
Se você não aguenta a sua própria companhia por que outro pobre coitado tem de aturar dizendo que ama. Complicado.
E nossos erros de sabotagem?
Aquele padrão maldito que vem dos calabouços da memoria infantil e desenha um caminho único pra te fazer chegar lá.
Comportamento padrão errado, e todas as pessoas se perguntam o porquê de não encontrarem a pessoa ideal.
Primeiro que isso não existe.
Segundo, se você atrai pessoas idiotas ou babacas, certamente você é um deles.
Tem várias maneiras de se sabotar em uma relação.
Ser amante.
Tudo de bom, nenhum envolvimento, só a parte boa, mas sua casa será construída na areia e ruirá.
Ser escroto.
Relacionamentos abertos ou não, não precisam de grosseria e estupidez, violência. Respeito sempre, por você mesmo e pela humanidade.
Viajantes.
Aqueles que adoram um turista. De quebra já se vê que a disponibilidade de entregar um coração pra alguém que fica há 6 horas de distância, não será fácil, mas faz parte da sabotagem, fazemos tudo pra despertar o amor...sem que este o queira.
Amores de carnaval.
Desses eu gosto, são mais honestos.
Cada coração tem seu tempo e sua forma de amar. Não fique ansioso. Todo mundo tem defeitos e a gente aprende a conviver com os dos outros, depois que aceitamos os nossos. Mas fique de olho na auto sabotagem. Tem um eu de você que te atrapalha, ele não tem culpa, existe e só precisa de observação. Um olhar amoroso já ajuda.
No mais, bom carnaval e usem camisinha.
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Maria do Mato
Meu marido ficava louco, na verdade, acho que ele tinha ciúmes, mas eu cuidava tão bem dele, como dela. Tanto que ele se converteu para se casar comigo. Se batizou um dia antes. Casei no civil no dia 26 de março em BH e no religioso no dia primeiro de maio de 2004 no Rio de Janeiro. Eu amava ele, um cara trabalhador, bonito, atencioso, não bebia, não fumava, não era de farra. Nos divertíamos muito juntos. Ele me amava e cuidava de mim, era tudo o que eu queria.
Marta Rocha almocou lá em casa, e tudo parecia estar se ajeitando. Namoro aceito, estudo, bíblia e família.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Capitulo 2 - O Batismo.
Com fé e obediência, lá fui eu. Ela brilhava, estava feliz e leve. Ela não se sentia mais sozinha, mesmo sem sua mãe estar lá, como a minha também não estava no meu batismo. Mas tínhamos o maior amor que poderíamos querer, o de Deus, só o que bastava. Ele dali em diante ia estar conduzindo nossa amizade e vida de uma maneira milagrosa e inacreditável, se não estivessemos falando de fé, seria mesmo inacreditável, mas o impossível é especialidade do nosso Deus, e tudo foi tão verdade que eu estou escrevendo.
Capitulo 1 - Delegacia
Era final de dia de um sábado. Eu já morava em BH havia mais de um ano, estava noiva. Nesse momento estava em Contagem dentro da Leroy Merlin comprando coisas para casa, e o telefone do meu noivo toca, na hora seu rosto fica vermelho e ele altera a voz. " Maria fugiu de casa? De novo?".
Maria era irmã caçula dele, tinha quinze anos e desde que a mãe deles havia morrido, ela era ovelha negra da familia. Por providência divina, uma semana antes, ele havia conversado comigo sobre ela. e sua frase final era: Maria não tem jeito!- engoli.
Ele esbravejava no telefone, disse que ia resolver quando chegasse no Independencia e que Maria ia tomar uma surra!- gelei.
Assim conheci a familia do meu noivo. Chegamos na casa da tia dele, a culpa do sumiço era um tal de Marta Rocha, namorado de Maria. Havia uma carta dela também. Ninguém quis saber da carta. Tios e primos queriam matar Marta Rocha. A busca começou, fomos a casa do rapaz. Ele também não estava, todos falavam tão alto e ameaçavam matar e bater que o bairro inteiro começou a se mobilizar pra achar os dois. Acharam o Marta Rocha. Um rapaz franzino, de corte de cabelo engraçado que parecia um desenho animado, assustado e suando em bicas. Como ele não dizia onde estava a Maria, levaram- no para a delegacia. A porta da delegacia já estava cheia. O bairro inteiro queria ver sangue e morte de gente inocente.
Eu não dava uma palavra, queria entender porque aquela menina causava tantos problemas. Até que na porta da delegacia se ouviu: " Olha ali a Maria chegando". Era um menina bonita, com um casaco azul do Cruzeiro, calça preta, chinelos, cabelos pretos amarrados em um coque muito grande e olhos de quem passou uma vida chorando. Ela tinha ido salvar Marta Rocha que ia ser preso por ser de maior e ela de menor. Meu noivo não falava, só gritava. ele queria leva-la embora para a casa da avó de qualquer jeito, e ela chorava dizendo que pra lá não ia nem morta. Quando ele ameaçou pega -la pelos ombros e carrega - la embora eu resolvi me meter. Chamei a em um canto da porta da delegacia e me apresentei. " Sou a noiva do seu irmão". Ela só chorava, não olhou pra mim. Tentei acalma -la e perguntei a ela um coisa apenas. " Maria, você pode não acreditar, mas eu consigo tudo do seu irmão. o que você quer Maria? " - Ela olhou pra mim assustada. Eu falei com muita convicção. Olhos arregalados e chorando muito, vi que ela estava sozinha, e que ninguém a ouvia, ou no mínimo, ninguém queria ouvi-la de fato, qual seria a sua real vontade. Ela me ouviu, e respondeu:" Eu quero ir pra casa da Suzana, não quero ir pra minha avó." Não perguntei nem quem era Suzana, apenas fui conversar com meu noivo. Pelo poder da sabedoria, e palavras mansas ( milagre de Deus na minha pessoa em situações extremas), consegui acalmar meu noivo e convencê -lo a fazer o que Maria queria, já estava tarde, era melhor todo mundo se acalmar e teríamos uma conversa na segunda feira. Ele por um milagre de Deus( toda honra e glória ao Senhor) ele topou. Maria que esperava chorando, nem acreditou quando cheguei com a notícia. Pronto! Ela poderia parar de chorar, e me abraçou.Foi pra casa da moça, a delegacia se esvaziou, eu fui pra casa com meu noivo em paz.
Eu, que ia começar uma família, sei que ali, naquele abraço eu ganhei uma irmã pra vida inteira. Irmã, por parte de Pai, porque mesmo na delegacia, Deus nos uniu.