Mais uma teoria herética observada por mim mesma. Eu sofro de compulsão da oralidade. Na barriga da minha mãe tudo era perfeito.Simbiose, existência plena e suprida. Quando eu saí, mamei no peito por 11 dias, e só. Cresci com dificuldades de comer,tomei remedio pra abrir o apetite na infância e fui uma adolescente gordinha e vegetariana. Era a minha consciência brigando com meu metabolismo. Experimentei cigarro na adolescencia e vomitei. Deve ter sido no mesmo dia que tomei meu primeiro porre alcoólico. Tomei trauma dos dois. Pra que estou falando disso tudo? Observei o quanto me faltou o peito da minha mãe. E me pergunto hoje o quanto ele ainda nos falta? Falo de uma memória corporal onde não há palavra,cheiro ou chave que nos dê acesso de novo a essa sensação.Só sensação de abraço,calor, preenchimento labial,toque da boca e saciedade tudo junto! Alguém lembra desse prazer? Eu não. Ninguém lembra de fato,mas todo mundo reconhece essa sensação do prazer que a boca nos dá. Eu o reconheço quando na minha compulsão de oralidade tento suprir, comendo,bebendo,fumando,beijando e sem vontade de parar. Me deixando levar pelos movimentos mecânicos de comer vendo TV sem ver o que estou comendo e comer mais do realmente o meu organismo necessita pra viver equilibrado. É preciso ter algo na boca. O tempo todo,quando estou ansiosa ou triste. Alegre eu me esqueço mais de querer sugar a vida pra me sentir viva. Triste,a sede de viver é maior, e a compulsão aumenta. A briga com a balança é real. Nivel MMA, lutando com toda coerência e consciência pra derrotar os lixos orgânicos que eu mesma me promovo. Mudança de hábitos e maturidade. Deixei de ser um neném faminto, carente de peito de mãe tem muitos anos. Apesar do cigarro ter o tamanho de um bico de peito, eu sou ex-fumante com muito orgulho e gratidão a Deus porque realmente é um vicio dificil de parar,mas não impossivel quando se entende que tudo ali é ruim e de mentira, mas com subtextos maravilhosos. Eu sei que o cigarro pode ser nosso melhor amigo. Comecei a fumar aos 29 anos,burra. Parei tem quase quatro anos. Queimando dinheiro e saúde porque precisava ter alguma coisa na boca. Compulsão da oralidade de cu é rolaaaaaaaa, não admito mais sofrer com isso! Hoje ainda tenho muitas compulsões, se desfazer de uma memória corporal requer consciência , força de vontade e paciência. Meu processo hoje é bebendo água e escovando os dentes pra parar de comer( usei aparelho fixo duas vezes e percebi que gosto de boca limpa dá preguiça de comer) e fazendo reeducação alimentar. Só assim eu sou capaz de cuidar de mim como adulta e amorosa mãe do meu corpo que devo ser. Porque adulta,livre pra dar beijos sem hora pra voltar pra casa, eu posso ser feliz sem me perder, ou me autodestruir. Buscando o caminho do meio.
Compulsiva sim, burra jamais!
Compulsiva sim, burra jamais!