quarta-feira, 14 de julho de 2010

Cheia de Palavras

Acordei cheia de palavras,elas invadiram meu sono,e me acordaram.


Todas essas palavras estão aqui dentro de mim,meus pensamentos,e todo esse sentimento que cabe aqui.Como pode?Me sinto do tamanho de um transatlântico de tanta coisa que sinto,mas so tenho mesmo 1,71 de altura e peso 67 kg.Talvez esses sentimentos todos ocupem um espaço no meu cérebro o tamanho de uma uva passa.E no meu coração nada,porque ele funciona sem que eu controle.

Sistema simpático e parassimpático, antipático torto.Meu coração ficaria antipático torto,se ele tivesse mesmo sentimento.Mas na verdade é minha alma que se entristece.Ela muda de cor,ela brilha menos,ela fica fosca.Ela fica oca.Falta aquele espaço do tamanho de um abraço que se dá depois enfim,de um dia cansado ,ao deitar do lado de quem se gosta.É espaço externo,é verdade, mas é encaixe interno,é complemento de cor,a alma reluz.

Tudo bem,eu não sei explicar.Eu só queria tentar organizar um pouco todas essas palavras que passam aqui no meu peitoral,pressionando o ar que eu respiro e não chega.Se elas se colocassem em ordem e saíssem em fila indiana pelas minhas narinas junto com o gás carbônico,silenciosas,e se perdessem de forma biodegradável, tudo seria mais fácil.Mas elas se acumulam em engasgos,secam minha saliva,deixam as pontas dos meus dedos dormentes.Resolvi então por esses dedos dormentes colocá-las em fila indiana horizontal pra que elas saiam e a minha alma enfim se reconheça do seu tamanho real.Como se eu pudesse desamassar a minha alma,minha lataria de energia,pra que bilhe novamente como deve ser.

Sinto saudades de você.